Fallujah (Cidade do Iraque às margens do Rio Eufrates)

Uma Cidade sitiada,

Pela fome, pelo medo, pelo terror...

Pelo mundo abandonada,

A própria sorte a própria dor...

Etnias, Grupos e Religiões,

Disputando terras e poder.

Espetáculo assistido pelo mundo e suas nações,

Um teatro verdadeiro e triste de se ver...

Uma cidade destruída,

Por uma nova guerra contra o terror...

Como se o desrespeito à vida,

Não fosse suficiente fel e grande amargor...

Sofrimento existe em vários estágios,

E Fallujah pode mostrar...

Militantes radicais são presságios,

De que tudo pode ainda piorar...

O limite para suportar,

Um desgosto assim tão grande.

Passa pela própria vida tirar,

Deixando vazar até o fim o próprio sangue...

Existem os que não conseguem aceitar,

Ter que se alimentar de sopa de grama...

Há os que não conseguem suportar,

O desespero extremo daqueles que ama...

Histórias dramáticas e verdadeiras,

De quem vive o terror, o luto, a guerra e a fome...

Viver, deixando de ser a opção mais certeira,

Se transformando em estatística, sem endereço, sem importância, sem nome...

O futuro é de incerteza...

Depende da política, do político e das organizações...

Já não se pesa sentimentos, necessidade ou pureza,

Não se leva em conta, os sofridos, seus medos e frustrações...

A morte sendo vista como a melhor opção,

Num cruel jogo de escolhas...

Morrer é o sim do não...

Ao vento se lançar, sem desejar ser a última das folhas...

As pessoas fogem na tentativa de viver,

Nem sempre encontram saídas ou opção,

Entendem que o melhor é morrer...

Quem sabe ser feliz em outra encarnação...

*Poesia inspirada em matéria jornalística “A opção de não viver” (coluna de Andreia Carranca), em 09.abr.2016 do Jornal O Globo.

Nagredla
Enviado por Nagredla em 12/04/2016
Código do texto: T5602785
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