CÓPULA EM TRÊS ATOS
LIBIDO - ATO I
Infinito looping a escalar invertidamente o infesto do ápice.
O látego a açoitar a alma no profligar inerte repousa.
Frágua deságua em línguas escaldantes que na carne fustigam.
Visão inquina da soma dos despojos daquilo que não se viveu.
Torpor indecente reticente a vontade assola.
Prostrando o fisgo perfeito em essencial profanado.
Falange sem nodoas em perpétua tensão sem descanso.
Languidas resultam as opacas viscosas aninhadas sem covas.
Vesta impura na imagem adultera da ânsia apolínea.
Solísticos desejos insistem o valhacouto não procurar.
Dolente é a exausta contínua rotina sem ser espontânea.
Resplandece então na aurora o sossego em salvador limiar.
Advento em esplendor minha sapiens felina, esteô, remissão instantânea.
Violando-me aquém corpóreo e além etéreo na sintaxe da arte de amar.
ÊXTASE - ATO II
Frêmito transbordante, instante de corpos em plácito.
Recôncavo cálido de fêmea... oh tugúrio de deuses.
Farfalhar de tezes em balé, espontâneo mover lítico.
Indulgência ou pecado és graça vênia, atos oniscientes.
Obelisco ungido em néctar a transpor seu pórtico divino.
Congruência harmônica de movimentos, melodia no âmago.
Elevo-te fastígio de delírio, greta combusta encaixe em ósculo.
Êxtase uníssono, espectra sinfonia... plagor e lágrimas sem dor.
Transe intrínseco recorrente em permanente sedução abissal.
Possessor dos desejos minha nume, vereda certa de prazer.
Sensação decorrente em avultar de excitação perenal.
Pélago escandescente, Tétis faz-me renascer e como Ínaco escorrer.
Angra perfeita meu porto de verga, sofreguidão e remanso virginal.
Vórtice que absorve, clímax onde unificamos a alma sem morrer.
LETARGIA - ATO III
Libido infrene a qual me lanço em elevada anagogia.
Passional volúpia de em seu recôndito âmago imergir.
Carícias a pletorizar em meu ser... convulsão, lei régia.
Sinergia que nos unifica em lúbrico e lascivo prélio a seguir.
Êxtase deificado em incansável busca quando uno estamos.
Loucuras em sobejo seus movimentos escalando-me feito álamo.
Sintonia etérea, prelúdio em cordas de Bach enquanto amamos.
Coxas que me abraçam... você, taça de Afrodite és meu bálsamo.
Frenesi é o que nos leva, batalha estrênua que travamos.
Nossas armas são perfeitas, duelam-se em nosso tálamo.
Gemidos entoados como música... pináculo, são mais que íntimos.
Mulher sois minha ninfa... ó amada, somente dentro de ti posso viver
Clímax supremo que explode, instante onde meu remanso é você.
Como tenda o firmamento e seu ventre como catre, em letargia quero morrer.
LIBIDO - COLOQUIAL
Infinita repetição circular a escalar invertidamente o adverso do ápice.
O chicote a açoitar a alma estirada ao chão que inerte repousa.
Agonia deságua em línguas escaldantes que na carne castigam.
Visão corrompida da soma dos restos daquilo que não se viveu.
Embriaguez indecente reticente a vontade destrói.
Subjugando a ponta do arpão necessário em perfeição violada.
Legião de lanças sem mácula em perpétua tensão sem descanso.
Voluptuosos resultam os visgos sem brilho aninhados sem covas.
Imaculada deusa impura na imagem adultera da vontade do deus.
Solitários desejos insistem o seguro refúgio não procurar.
Dolorida e triste é a exausta contínua rotina sem ser espontânea.
Brilha então na aurora o sossego em limite salvador.
Chegada em esplendor minha gata mulher, gozo, perdão instantâneo.
Possuindo-me menos no corpo e mais na alma na construção da arte de amar.
ÊXTASE - COLOQUIAL
Vibração transbordante, instante de corpos em pacto.
Gruta quente de fêmea... oh refúgio de deuses.
Sussurro de peles em balé, espontâneo movimento puro.
Perdão ou pecado és graça permitida, ato que tudo conhece.
Monumento consagrado em néctar a romper seu nobre portal divino.
Conexão harmônica de movimentos, melodia interior.
Elevo-te apogeu de delírio, fenda que queima encaixada em beijo.
Êxtase em mesmo tom, incorpórea sinfonia... murmúrio e lágrimas sem dor.
Transe íntimo recorrente, permanente sedução profunda.
Dona dos desejos minha deusa, atalho certo de prazer.
Sensação decorrente em crescente excitação perpétua.
Oceano profundo em brasa, Tétis faz-me renascer e como Ínaco escorrer.
Enseada perfeita meu porto de junco, Avidez e calmaria virginal.
Turbilhão que absorve, clímax onde unificamos a alma sem morrer.
P.S. Tétis – ninfa deusa dos mares, filha de Gaia (Terra) e de Urano (Céu), casou-se com seu irmão Oceano e foi mãe de três mil rios e de três mil ninfas, as chamadas Oceânidas.
Ínaco – filho de Tétis e Oceano.
LETARGIA - COLOQUIAL
Libido desenfreado a qual me lanço em elevado encantamento.
Passional volúpia de em seu intimo secreto mergulhar.
Carícias a ebulir o sangue em meu ser... espasmos, divina lei.
Simultâneo ato que nos unifica em escorregadia e devassa luta a seguir.
Êxtase divinizado em incansável busca quando unido estamos.
Loucuras em intensidade seus movimentos escalando-me feito estrondosa árvore.
Sintonia etérea, introdução em cordas de Bach enquanto amamos.
Coxas que me abraçam... você, taça e deusa do amor és meu conforto.
Euforia é o que nos leva, batalha corajosa que travamos.
Nossas armas são perfeitas, duelam-se em nosso leito nupcial.
Gemidos entoados como música... ápice, são mais que íntimos.
Mulher sois minha ninfa... ó amada, somente dentro de ti posso viver
Clímax supremo que explode, instante onde meu descanso é você.
Como tenda o firmamento e seu ventre singela cama, em sono profundo quero morrer.