ÁGUAS DE MARÇO
Antonieta Lopes
-Águas de março que fecham o verão.
-Lembrava Tom Jobim numa toada,
Leves, pesadas molham o coração,
Campos, florestas, fera assustada.
Suaves e tranquilas elas são,
Alvoroço do céu na madrugada,
Sem raios, ventania, sem trovão,
Que dádiva divina abençoada!
Uma etapa de calma duradoura,
Té que caiam as chuvas abundantes
Que fazem renascer toda a lavoura.
Nimbos negros, das nuvens, nos quadrantes,
Carregam a monção confortadora
D'águas de março, agora bem distantes.