a espera
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respiro o ar pesado da espera, quieto
como lapa em rocha exposta.
amanhã há outra esquina; cada esquina uma promessa, uma via
para a calma que nunca dei à minha alma.
quebro ampulhetas de areias que têm pressa. pressa
de cabelos brancos, de unhas roídas.
pressa de insónias e de sonhos desgrenhados.
sim, eu quero, quero um tecto de esperança
que abrigue-me da espera que é tormenta
até ao alvor luculento da bonança.
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