a espera

~

respiro o ar pesado da espera, quieto

como lapa em rocha exposta.

amanhã há outra esquina; cada esquina uma promessa, uma via

para a calma que nunca dei à minha alma.

quebro ampulhetas de areias que têm pressa. pressa

de cabelos brancos, de unhas roídas.

pressa de insónias e de sonhos desgrenhados.

sim, eu quero, quero um tecto de esperança

que abrigue-me da espera que é tormenta

até ao alvor luculento da bonança.

~

Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 10/04/2016
Reeditado em 10/04/2016
Código do texto: T5600571
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