KALI 4

KALI4

fim

O órgão tocava fúnebre

de alguém cansado de estar ali

um fantasma velho grisalho

cabelos compridos

vindo da tumba ao lado

olhando pela parede aberta

confunde quem desperta

do terreno agora insano

sangrando rio penetrante

levando adiante

um “mundo construído”

o mármore as madeiras

o cheiro do que odor agora

pareciam derreter

descendo pela escada

véu purgado de vermelho

sobravam pilares antigos

surgia a epopeia

do fruto amargo escondido

no meio de tudo

ela veio buscar sua morada

coberta de insultos

dos pastores de ovelhas

ela gritou por dias

escolham outro lugar

vão ao cantar de pássaros

na colina verde

aqui é a morada

da grande lua

estava nua estilhaços

de chumbo cortavam

pelos vidros

seu corpo

o choro de lágrimas

as lástimas correndo

pintando seu corpo

as dores dos fracos

vingadas deste o topo

até seus pés em pedaços

foi amaldiçoada

sair de onde havia nascido

como doença extirpada

o aborto do útero

ainda feto

“nenhuma maçã foi colhida”

havia restos de raízes

queimadas

eu desejava ver o céu cair

por tempestade

sobre tuas carências infames

Loma ...

...teus dias foram contados!

de certo a profundeza

do encanto perdia-se

de joelhos sobre o pasto

ela olhava para trás

de um brilho intenso

no imenso luar nublado

surgia feito estrela

emanando raios

escrevendo na carne

de Loma um recado

“o abutre é o último

antes do coveiro

nunca esqueça

que a porta come a luz”!

MUSICA DE LEITURA: SQÜRL - Spooky action a distance