EXTRAVAGÂNCIA
EXTRAVAGÂNCIA
Aos abismos desconhecidos
Das almas errantes
Estrelas brilhantes
Escondem-se entre nuvens
Que a tudo tornam trevoso
Escondida a lua brinca
De se fazer difícil
Como se não amasse o sol
De quem rouba um pouco de brilho
E entrega-se a amantes
Apaixonados em amor
Cujo desamor será célere
Com o raiar do dia
E os lençóis marcados
Serão lavados e guardados
Até que um dia novamente
Usados em paixões diáfanas
Somente corpo e alguns sentidos
Tato em arrepios
Voz embargada em esgares
Cheiros entre urina e mel
Visão cega pela escuridão
Que reina na alcova
E que não quer despertar
Apenas frutificar sementes
Que se ventura gentes
Serão esquecidos num quarto escuro
Num passar obscuro
De apenas uma noite
Curta e de murmúrios
Que logo viram muxoxos
Sem desvarios
Várias ânsias
De parir um desconhecido
Sem guarida, esquecido
Numa bruma sem fim
Pela eternidade de ninguéns