EXTRAVAGÂNCIA

EXTRAVAGÂNCIA

Aos abismos desconhecidos

Das almas errantes

Estrelas brilhantes

Escondem-se entre nuvens

Que a tudo tornam trevoso

Escondida a lua brinca

De se fazer difícil

Como se não amasse o sol

De quem rouba um pouco de brilho

E entrega-se a amantes

Apaixonados em amor

Cujo desamor será célere

Com o raiar do dia

E os lençóis marcados

Serão lavados e guardados

Até que um dia novamente

Usados em paixões diáfanas

Somente corpo e alguns sentidos

Tato em arrepios

Voz embargada em esgares

Cheiros entre urina e mel

Visão cega pela escuridão

Que reina na alcova

E que não quer despertar

Apenas frutificar sementes

Que se ventura gentes

Serão esquecidos num quarto escuro

Num passar obscuro

De apenas uma noite

Curta e de murmúrios

Que logo viram muxoxos

Sem desvarios

Várias ânsias

De parir um desconhecido

Sem guarida, esquecido

Numa bruma sem fim

Pela eternidade de ninguéns

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 09/04/2016
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