Para acalmar
O verde do campo,
Tem ar puro,
O ar puro
Que aqui respira-se,
Fazem os pulmões cantarem.
O vento sopra meu rosto,
O frescor me convida,
Com um beijo
Para uma dança ..
Vou valsando a esmo.
Transbordo o rio,
Fervo a água
que não é tão fria.
Faço um frevo por acaso.
Vou pintando
Todas a rosas
Com autenticidade.
E, com sagacidade,
Sigo o olhar ímpar.
No momento de epifania
Ouço o silencioso
escândalo que te traz.
...
O dia Alaranjô,
E o degradê do sol,
Colore as faces.
(Mas porque são tiranas?)
No reflexo do céu
Encontro-me.
Mas não quero me encontrar,
Quero perder-me
Perder-me no suspiro
Que decorre esses versos,
Soltos versos.
Quero esconder no orvalho
Que inunda essa
Pequena imensidão.
Fazer o céu sorrir.
A noite chega.
Distorcendo a distração, vou
Revezando a direção
Do brilho prateado
da lua sobre mim.
Vou me perdendo em
Minhas próprias fronteiras.
Vou me pintando de ti.
Com o tempo a me domar,
Deixo o vento me levar,
Num barco de papel.