KALI 2

KALI 2

Lá dentro as coisas corroem

despedaçam restos de tinta

das paredes sobreo chão

caindo folhas de árvores velhas

antigas portando ainda

raízes na superfície

velas pra iluminar o escuro

de tudo há luzes

pras festas dos cordeiros

ela vomita sua trama colhida

perto da cortina que desce

no altar onde o santo

carrega a criança

olhando pra baixo

te olhando de escracho

o que deseja em minha casa

“os anjos cometem

o mesmo pecado

querendo o amor carnal

sob sua égide iluminada

imortal são verdades

perigosas”

rosas nas mãos de uma escolhida

sentada rezando

de joelhos ensanguentados

quem é aquela

que trêmula conversa consigo

temos um abrigo

atrás do antigo cemitério

não olhavam para traz

fazia alguns minutos

derrepente suas mãos

sentem o áspero cortante

penetrando adentro

como sangue corrente

um instante imóvel

olhando o medo na moldura

de um espelho quebrado

algo ria infantil no silêncio

dos passos agora rasos

“frios” inquietos

será que ela deu a luz

onde estão

que o reflexo nada diz

aos meus olhos malditos

quase cegos

é uma meretriz

grita aos ecos vibrantes

que voltam dizendo

outra palavra

perdia-se do verso sacro

ás tentações da inquietude

dos impuros fracos de fé

ó deus preciso ver!

MUSICA DE LEITURA: TYPE O NEGATIVE - BLACK No.1