VIOLÃO CADUCO

Diante da curta vida enterro as quimeras

Que endossaram meus sonhos de menino,

Passei pelos anos sem vislumbrar destino,

Agora sou canteiros floridos de primavera.

Perante o tempo doei meu viço de alegria

E fiz das ilusões instrumentos de alegoria

Para dilapidar pedras preciosas do coração.

Sobre infinitas estradas deixei marcas e fé

E sobre as águas dos rios distribui o cafuné

Que acaricia as velhas cordas do meu violão...

Mediante devaneios que naufragaram no mar,

Vejo despertar em mim uma saudade ausente,

Todavia misturada à solidão é-me o presente

Que a natureza canta e me faz deveras sonhar!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 07/04/2016
Código do texto: T5598203
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