Dry Martini
Ele me servia doses diárias de descaso
Ele servia, eu sorvia
Ele me dizia que me amava
Dizia hoje, amanhã contradizia
Ele me procurava com lágrimas na voz
Sofria, dali a pouco me esquecia
Bebi cada gota dessa morte lenta como quem toma Dry Martini
Descia seco na garganta
Seco como o amor dele
Amargo e morno
Arranhava e se agarrava na goela lutando contra o gole
Mas no fim, me fazia sentir um calor por dentro
Me relaxava o doce de sofrer
Não sei se é coisa de se orgulhar mas,
Bebi até a última gota e ainda pedi mais no final
Laine Ferreira - http://estavaakipensando.blogspot.com.br