Caroços, vômitos, algoz.
Seja leve com seus caroços
seja manso com seus remendos
seja suave com seus engasgos
seja perene com seus ermitões.
Seja rude com suas ciladas
seja traíra com seus vilões
seja íngreme com seus moídos
seja cruel com seus fins.
Seja límpido com seus atores
seja cirúrgico com suas ferrugens
seja âncora com seus trocos
seja algoz com sua matiz.
Seja fértil com seus enganos
seja boquiaberto com seus encalhes
seja poente com seus chamados
seja inferno com sua sinfonia.
Seja leque com sua cria
seja rastro com seu rugir
seja porão com sua paixão
seja foguete com seu ancorar.
Seja engano com seus adendos
seja voz com seu estraçalhar
seja estilhaço com sua razão
seja mendigo com seu perdoar.
Seja cangaço com suas pernas
seja silêncio com seu algoz
seja puído com suas fronhas
seja néctar com seu retornar.
Seja passo com suas lágrimas
seja pleno com seu suor
seja Deus com suas pegadas
seja mudo com seu esquecer.
Seja bêbado com suas garras
seja mambembe com seus recomeços
seja flor com suas fantasias
seja recheio com seu atracar.
Seja fiel com seus ritos
seja oásis com suas bruxas
seja feto com seus medos
seja trincheira com sua luz.
Seja imã com seus siameses
seja escravo com suas cicatrizes
seja porteira com seu fedor
seja compota com seus vômitos.
Seja rei com seus destemperos
seja verso com suas mundanas
seja santo com seus pernoites
seja morte com suas beiradas.
Seja arremate com seus exilados
seja cabresto com seus úteros
seja assobio com seus gritos
seja furacão com seus cheiros.
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