Caroços, vômitos, algoz.

Seja leve com seus caroços

seja manso com seus remendos

seja suave com seus engasgos

seja perene com seus ermitões.

Seja rude com suas ciladas

seja traíra com seus vilões

seja íngreme com seus moídos

seja cruel com seus fins.

Seja límpido com seus atores

seja cirúrgico com suas ferrugens

seja âncora com seus trocos

seja algoz com sua matiz.

Seja fértil com seus enganos

seja boquiaberto com seus encalhes

seja poente com seus chamados

seja inferno com sua sinfonia.

Seja leque com sua cria

seja rastro com seu rugir

seja porão com sua paixão

seja foguete com seu ancorar.

Seja engano com seus adendos

seja voz com seu estraçalhar

seja estilhaço com sua razão

seja mendigo com seu perdoar.

Seja cangaço com suas pernas

seja silêncio com seu algoz

seja puído com suas fronhas

seja néctar com seu retornar.

Seja passo com suas lágrimas

seja pleno com seu suor

seja Deus com suas pegadas

seja mudo com seu esquecer.

Seja bêbado com suas garras

seja mambembe com seus recomeços

seja flor com suas fantasias

seja recheio com seu atracar.

Seja fiel com seus ritos

seja oásis com suas bruxas

seja feto com seus medos

seja trincheira com sua luz.

Seja imã com seus siameses

seja escravo com suas cicatrizes

seja porteira com seu fedor

seja compota com seus vômitos.

Seja rei com seus destemperos

seja verso com suas mundanas

seja santo com seus pernoites

seja morte com suas beiradas.

Seja arremate com seus exilados

seja cabresto com seus úteros

seja assobio com seus gritos

seja furacão com seus cheiros.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 07/04/2016
Código do texto: T5597442
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