DESDÉM



        Cultiva o silêncio
        De mês em suspense –
   Mandrágora que em si fermenta
        Os ódios da terra
   Em negro abril.Aduba a espera,
Amarga do vento as fortuitas promessas
   De estâncias que o tempo renega.
 

        Confirma a distância
        De vozes e dramas
Que ao curso das horas redunda na insânia
   De dor prematura – quem manda
Dar pérola a porcos?Desdenha das tramas
Que imploram por tanques e tantos palanques
   Ou vis cadafalsos, se brandos.

 
   Corteja o carrasco dos sonhos
Com graça, resigna-se aos seus próprios escombros.
   Lá fora a sandice faz rombos,
        Faz órfãos nos tombos
        Entre tantos tontos...
   Verdade que pese em seus ombros
Não deixa por trilha a pardais vis, a pombos.



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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 06/04/2016
Código do texto: T5597255
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