UMA CERTA PRAÇA...
Fincou vigília na praça,
guardiã de beleza escassa,
catedral florida, foro, cartório,
canteiro, banco simplório...
Viu que ali só existe graça,
quando ela passa...
Desfilou acre desventura,
em estrada de batido chão,
cabisbaixo e sem ternura,
cruzou igrejinha e igrejão,
onde o que sangra é o peito
dormente e sem jeito...
Fim do dia voltou à praça
altaneira no topo da colina,
que o entardecer embaça.
Pediu um café para esperar
a transfiguração da retina
ao vê-la outra vez passar...