SÓ O OURO
SÓ O OURO
BETO MACHADO
Os trenzinhos do Metrô
Serpenteando por entre arbustos
Do rústico aspecto do cerrado,
Cruzando sempre a mesma curva
Do verdume da colônia agrícola
Encantam meus olhos.
E o meu coração mais que enternecem
E a visão aérea linda, linda
Pressupõe soberania
Até aos que vieram das gramíneas sociais.
Aí, o sol se impõe,
Rasgando as nuvens, resoluto,
Como faz o trenzinho prateado,
Singrando, altivo, na bela paisagem,
Toda manhã que meus sonhos saltam
Na estação do NOVO DIA.
Meu corpo na sacada, nas alturas,
Atrai pra si a brisa matutina,
Que o deixa pleno, quanto às energias,
Tão necessários pra tocar a vida.
Assim me recebeu BRASÍLIA.
Sem as amarras
Que o poder nos põe.
Sem correrias
Tão comuns na minha aldeia.
Mas com o mesmo valor
Vindo do POVO.