Preguiça
Preguiça
Quem vem lá, diga seu nome?
Na penumbra densa como noite
Meu corpo perece de fome
Mas trabalhar é dor de açoite
Nasce o dia e lhe batem a porta
Vá embora, não necessito de ti
Devorando assim a última torta
Não hei de labutar! - Assim prometi
Pois hei de fartar-me d’alguma sorte
Sem que mova um ínfimo dedo
Minha cama será meu leito de morte
Na preguiça escrevo meu enredo
O nobre são exemplos maravilhosos
Nascem e morrem sem criar
Tais como eu, são tão preguiçosos
Que Deus há de se orgulhar
Trabalho? Suor é para servidão
Enquanto tirar proveito de minha mente
Deitado, reinarei como glutão
Estirando assim preguiçosamente
Eduardo Benetti