Infinitude de uma mente confusa
Infinitude de uma mente confusa
Se chove, contorce-se de felicidade
O céu chumbo repleto de relâmpagos
Clama com fé uma grande tempestade
Beleza vil reconhecida em seu âmago
Traduz a morte com singela pureza
Enquanto milhares desabam em lágrimas
São pó, todos da mesma natureza
Vivendo antes de gritar lástima
Se há criança em choro copioso
Quando a fome atinge seu estômago
Há também um ser belo e harmonioso
Que preexiste ao cruel estrago
Ah! Pois reside nesta mente confusa
Um olhar que não vê trevas nem dor
Vê apenas uma inconsequência difusa
Que anseio outro olhar de amor
E assim, quando olhar as cenas horripilantes
Tão louco será quanto esta mente
Pois na fala daqueles delirantes
Será mais um cruel palhaço demente
Eduardo Benetti