DEBANDADA

Acordei de madrugada

Com uma balbúrdia danada.

Olhei pela janela escancarada

As rosas em debandada

Fugiam do meu imperfeito jardim

Apressadas fugiam de mim

Na tenra noite fechada.

O que será de mim?

Sem rosas no meu imperfeito jardim?

Folhas caíram, algumas pétalas ficaram

Roseiras peladas sem um botão restaram

Não há mais o perfume. Só espinho.

O quê eu fiz de tão grave?

Rápido arrumo as malas

Sem rosas não posso ficar

Vou-me embora

Vou-me sem demora

Vou-me atrás das minhas rosas

Irei me desculpar. Pedir,

Implorar para elas que no meu jardim

Solenemente voltem a morar.