Caça

de flor em flor, me vou pela cidade

vôo suave, asas de albatroz

presas de falcão e olhos de escarlate

recito palavras de mel e embriaguez

ameaço com passos lânguidos

e ataco com membros rijos

ajusto a timidez tão necessária

te toco com ágeis dedos

desarmo com sorrisos frouxos

incendeio as noites de verão

afogo nós dois em paradoxos

te aprisiono em gestos de escorpião

e súbito, largo-te

crio enredos, esquemas, loucuras

te puxo pela gola da camisa

vamos ver o mundo, ser corajosos

você, canto de olho, me analisa

e não entende nada.

cego, imperador da sensatez

basta!

hora de alçar vôo outra vez...

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 05/04/2016
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