Caça
de flor em flor, me vou pela cidade
vôo suave, asas de albatroz
presas de falcão e olhos de escarlate
recito palavras de mel e embriaguez
ameaço com passos lânguidos
e ataco com membros rijos
ajusto a timidez tão necessária
te toco com ágeis dedos
desarmo com sorrisos frouxos
incendeio as noites de verão
afogo nós dois em paradoxos
te aprisiono em gestos de escorpião
e súbito, largo-te
crio enredos, esquemas, loucuras
te puxo pela gola da camisa
vamos ver o mundo, ser corajosos
você, canto de olho, me analisa
e não entende nada.
cego, imperador da sensatez
basta!
hora de alçar vôo outra vez...