UM LEVE SOPRO DE VENTO

Cumprido o secular ritmo das estações
as tardes inclinam-se lenta e melancolicamente
na luz cada vez mais breve, plúmbea e fria.
 
 
A natureza enrola-se e aquieta-se,
parece esconder-se do frio que a fustiga.

Mas nem todas as folhas caem das árvores:
algumas vestem-se de afinco e silêncio 
e esperam a vinda dos pássaros e da lua cheia.
 
Solto um pássaro que esvoaça na palma do vento
pó de estrelas e carícias de luar...
 
E eis que um sussurro de sorrisos 
vermelhos, amarelos e castanhos,
num langor de paz e calma, eleva-se no ar.

Sinto que a vida e sua 
brevidade
andam de mãos dadas, 
presas a um leve sopro de vento,

com a eternidade...

© Ana Flor do Lácio

 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 03/04/2016
Reeditado em 03/04/2016
Código do texto: T5594207
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