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CIRANDA DA POETA PÁSSARA

Ah, poeta pássara que voa destemida  
emprestando o seu  olhar aquilino
à vigília de pérolas extraídas 
do vermelho do meu coração.
 
Ah,  poeta pássara que ainda  lembra  
de conquistas e brados de outrora
redivivos no porão do inconsciente
entre nuvens e raios energizados.
 
Ah, poeta pássara que ainda crê
na verve deste velho inquieto
que há muito não sobe o Hèlicon
para haurir da fonte Hipocrene.
 
Ah, poeta pássara, me deixa também vigiar
e a quem mais queira vir  
as  pérolas extraídas do sangue
longe de tentações farisaicas.
 
Grato, enfim, poeta pássara
por nesta ciranda passar
o aprendiz de poeta pássaro
que ainda gorjeia: não passará!

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Esses versos foram colocados na ciranda da poeta baiana Lita Passos, em outro espaço poético