SAMAEL 10

SAMAEL 10

Terreno argiloso

molda caminhos arrastados

agora afastados

de longe o encaram profundo

que mundo possuía

que formas eram aquelas

onde tudo sofria

“desdentados

esqueletos móveis no arame

preferem dormir

na sombra do trágico

que um dia fez tudo

parecer ser possível

lamentam de joelhos

frente ao que sofre

por ter de certo

mentido primeiro”

a desilusão se afasta

há dias sem nada

fome sede sem água

mágoa de ontem

governo a libido

ninfas ordinárias

dançam sobre minha

carapuça de medo

“é escuro onde a luz termina”

nada é mistério quando

o inferno foi você

quem quis desde cedo

o tempo me encalça

veloz demais

estou cadavérico

o que sinto maléfico

não estava sonhando

junto a mim

eu não posso pertencer

ao sonho perdido

devo ao desejo

nada devo ao que vim buscar

temo pela justiça

do que me culpa

ainda não vejo quem fala

perigoso é o sentimento

que “revolta”...

...quem torna ver forças

enviadas poderá renascer

dita sobre o silêncio

onde está a voz

que dita sobre o silêncio?