O tempo dorme dentro das horas,
Deixo meus pés à beira do abismo.
É tão vago olhar sem ver,
Sentir sem tocar,
Viver sem sonhar.
Os homens de bem usam gravatas,
A nata de uma sociedade inapta.
Mãos que não se dão,
Bocas que não se beijam,
Pessoas que não são
O que parecem ser.
Como se tivesse asas,
Sobre os arranha-céus,
Tenho inveja dos pássaros
Que cagam na minha janela.
Queria tanto ser a lua errada,
Que morre na madrugada
E desperta ao raiar do dia.
Queria que a poesia pouca
Deixasse alguma coisa louca
Dentro desses corações insanos.
Mas meus planos não vingam,
Meus desejos são outros,
E aos poucos eu multiplico
Minha capacidade
De falar com as paredes.
Deixo meus pés à beira do abismo.
É tão vago olhar sem ver,
Sentir sem tocar,
Viver sem sonhar.
Os homens de bem usam gravatas,
A nata de uma sociedade inapta.
Mãos que não se dão,
Bocas que não se beijam,
Pessoas que não são
O que parecem ser.
Como se tivesse asas,
Sobre os arranha-céus,
Tenho inveja dos pássaros
Que cagam na minha janela.
Queria tanto ser a lua errada,
Que morre na madrugada
E desperta ao raiar do dia.
Queria que a poesia pouca
Deixasse alguma coisa louca
Dentro desses corações insanos.
Mas meus planos não vingam,
Meus desejos são outros,
E aos poucos eu multiplico
Minha capacidade
De falar com as paredes.