À Deriva do Meu Coração

Estou à deriva sem embarcação,

Sem os instrumentos de navegação,

Sem sequer saber para qual direção,

Sem ter como tomar qualquer decisão.

Estou à deriva sem ouvir sua voz,

Sem alivio do sofrimento atroz.

Sem saber se o mar será meu algoz

Sem salvação. A noite chega veloz.

Estou à deriva sem notícias suas

Sem entender, nossas almas são duas.

Sem que nossas almas se mostrem tão nuas

Sem querer, minhas palavras são duras.

Estou à deriva. Longe do meu bem!

Sem saber se ela está com alguém

sem poder dizer: “Bom dia, tudo bem?”

Sem vir dar-lhe prazer na noite também

Estou à deriva na vida, sem ter paz

Sem ouvir sua voz que me apraz

Sem seu carinho que me satisfaz

Sem seu afeto que me torna capaz

Estou à deriva, socorro meu amor.

Sem esperança para nós, que terror...

Sem cura efetiva para essa dor

Sem saber quando terá fim esse horror.

Estou à deriva, no meio do mar...

Sem um porto onde eu possa aportar

Sem abraços onde eu possa descansar

Sem me prender no sentido de amar

Estou à deriva, na sala secreta.

Sem musa, sou homem, mas não poeta.

Sem inspiração a mente aquieta,

Sem medo, agora estou à deriva!

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 01/04/2016
Código do texto: T5592127
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