Auto-Retrato
Quem eis tu?
Quem tu eis?
Em silêncio sou a bruma do Saara
Que terce o céu em linhas douradas
Com o toque das mãos amoladas
Formando tapetes moídos em lágrimas
Sou qual pérola rimada
Que em risos conta as suas mazelas
Sufocando o vento da mata
Sou a que procura desesperadamente
Pelo sossego da mente
Que aconselha o amigo
Aconselhando a si mesma
Sou a caixa quebrada do porão
Coberta por poeiras refinadas
Contendo “Mil Zero” utilidade
Por ser um terço de maldade
Sou o que sou
Em campo aberto e fechado
Só não serei a construção
De uma falsa liberdade
Teresina, 01.04.16
Marta Santana