FIM DE TARDE

Uma sombra passeia na vidraça
das páginas existenciais.
Esperança em espera
ecoa silente nos abismos dos ais.

Ao longe,
um sino plangente anuncia
a Ave-Maria.

Esquecida nos alfarrábios
flor antiga
sangra saudade.

Qual andorinha
voando alhures pela tarde morta,
verso poente
procura poeta para dormir.