De Sábado para Domingo
I
Eu me chorei toda
em cima da cama,
me chapei,
me rasguei com lembranças afiadas
Hoje me curvo sobre o sofá
como se não tivesse ocorrido nada
Percebo de repente
que estou a dois passos do controle remoto
e ele está bem à frente,
Quando te vi segurando-o, percebi o quanto suas mãos
eram grandes sobre qualquer superfície,
a do meu coração, principalmente.
II
Sou poetisa
e o meu texto sempre sabe onde pisa,
mas o seu terreno é perigoso,
cheio de frescura
Tudo é frescura minha,
mas é ele que põe luvinha nas mãos
pra comer a pizza.
III
Poderia fazer trocadilhos com seu nome estranho
diferente, excêntrico
Eu poderia fazer tanto com você
enquanto está vulnerável, dormindo
Eu te entendo, cansado de tudo o dia inteiro
a sua cama tem qualidade, o colchão é ótimo,
mas prefiro dormir comigo
sem ouvir seus roncos
de sábado pra domingo.