QUANDO EU FOR EMBORA (ÚLTIMA HOMENAGEM À MINHA IRMÃ)
Quando eu for embora
no rodopiar das folhas secas caídas ao chão,
levadas pelo morno sopro do vento, esvoaçando livres,
outras vidas nascerão
novas flores se abrirão;
Quando eu for embora
no clarão de uma nova aurora,
entre luzes de um novo amanhecer,
levarei a essência da existência,
mas deixarei minha vida, meu ser,
nos entornos e contornos das linhas da alegria,
estampadas, escritas nas páginas das minhas poesias,
e reviverei cada vez que você me ler.
Quando eu for embora
restará uma saudade no coração
de quem um dia me amou,
talvez uma lágrima condoída
deslize solitária numa face contraída,
de alguém que no tempo nunca foi esquecida.
Quando eu for embora
no morno sopro do vento
outras vidas nascerão
novas flores se abrirão;
Quando eu for embora,
minha voz já não ecoará no ar, nem meu grito,
mas os sonhos não se findarão
aqui o rio seguirá seu curso ...
e eu seguirei o meu no infinito.
Até um dia!
do seu irmão
Andrade Jorge
ADEMILDE ANDRADE MARIO - FALECEU ONTEM.