SAMAEL 7

SAMAEL 7

Arraste o último vestígio

do esconderijo onde

viveu tua alma

acabe pela entrada

no profundo alterado

das subalternas do diabo

agonizam dilaceram pulsos

querem teu sangue

teu corpo num copo

avulso

jogado pelos ares

caia no mundo de novo

sem pertencer a si mesmo

veja o impossível

é verdadeiro

toda possibilidade de morrer

existe antes de nascer

o que veio procurar

no caos perpétuo

minha casa não oferece

dignidade aos eternos

só os imortais deitam-se

no inverno

respirando a calma cadavérica

dos pertences andando

no escuro sobre a terra

“caminham despertos do fundo

que no fundo engolem

cruzes mortais do antigo

as cruzes do antigo

não sentem culpa”

aquelas marcas nunca

foram chagas nem feridas

porque persegue a sombra

deste veneno

o que mesmo interessa

o que mesmo te infesta

porque agora dorme na escada

profano como zumbis

sem máscara

estou vendo teu ventríloquo

dizendo

ele ora de joelhos fervendo

por dentro

não há sangue correndo

o coagula me engula

na sua raiva

parece um hino

em meus olhos

te recebo por oferenda...

...desista?

MUSICA DE LEITURA: WEEDEATER - CAIN ENABLER