# CASA VAZIA
Como sei que não são mais iluminadas na imensidão
Aquelas noites ainda que a lua cubra com seu manto.
Porque não dorme mais aqui, feliz no meu canto.
Aquela diva sonhadora que eu amava tanto.
No pasto orvalhado o rebuliço do bicho noturno.
Distrai o vazio que logo me enche de angústia.
busco algo sem alegria e tudo que encontro é o nada.
bem aqui a meu lado, onde me acalentava uma fada.
Um grilo achou que seria hora do seu estridente ruído.
Soou dolente em tom melancólico e a tristeza aumentou,
me remoeu a dor em saudades naquele catre triste.
de uma alegria passada que hoje não mais existe.
A mesma noite que abriga o frio sem murmúrio,
Ouve dessa vez seu silencio cortado por um caburé.
que insensível não compreende a dor que sinto agora,
Não sabe que quem tive em companhia foi embora.
Reclamo uma ausência atroz que o destino me impôs.
Viver para crer que essa vida vazia é o que tenho.
espectador de uma noite fria, palcos de aves e ventos,
Todos prontos a alimentar meu melancólico tormento.
Mas num desmaio, vencido pelo cansaço, adormeço.
fico inerte e o sono me traz, reconfortante, doce sonho.
E então pareço ir direto até onde ela agora está.
E por lá vou ficando até no dia seguinte acordar.