A brandura que vi morrer
A brandura que vi morrer
Vi o solo rachar sob o sol
A vida extinguir-se lentamente
Cego pela beleza do arrebol
Uma lágrima desce solenemente
Vi a pele seca pelo trabalho
A aspereza em tentar semear
Enxugando o rosto em retalho
Quando a fé ameaça lhe deixar
Vi um rebanho aos poucos perecer
Por entre arbustos e espinhos
Senti o coração cessar de bater
E tão triste... desolado e sozinho
Vi a brandura que existia morrer
Os sorrisos singelos amarelados
Tal cena fizera estarrecer
Aquele espírito outrora obstinado
Vi a esperança deixar a alma
Tempos difíceis certamente virão
Por isso meu filho eu peço calma
Olhe para o céu e sinta seu coração
Vi assim a vida reascender
Neste solo de trevas e amor
A mão forte Daquele a proteger
Que na fé fez seu grande labor
Eduardo Benetti