A CASINHA QUE EU NASCI
A casinha em que eu nasci
De madeira serrada no estaleiro
Com uma serra de mão
Empunhada por dois companheiro
Um ficava em cima da tora
O outro ficava embaixo
Trabalhavam o dia inteiro
Diziam ser muito macho
A tora de madeira
Que do mato se trazia
Carregada na alça-prima
Puxada por bois com alegria
Essa mesma casinha era coberta
De tabuinha de madeira de lei
Até hoje sinto saudades
Da casinha que há muito tempo deixei
O vigamento era de pau roliço
O piso de chão batido os esteios de mourão
Hoje quando lembro da casinha
Confesso me aperta o coração
A casinha que eu nasci
Ficava num recanto abençoado
Lá deixei minha infância
Saindo bem contrariado
Hoje vivendo aqui distante
Daquele lugar nunca esqueci
Era meu reino encantado
A casinha em que eu nasci.
Registro 704.574