Kama-Sutra
A fisiologia do amor...
Não existe pecado na fonte da vida.
Uma libertação sem pudor.
O Dharma, o Kama, o Artha, a vida vivida...
O dever religioso,
O simples e essencial amor...
O que trata a riqueza e pode tornar ambicioso,
E a vida com todo seu fulgor...
Outros tempos, outras terras, outras filosofias,
Outro modo de pensar...
Outra cultura, outros dias,
Uma cartilha ensinando a amar...
Arte e sensualidade se misturando,
Regras de uma cultura milenar...
Pessoas em quatro castas se classificando,
E estabelecendo o que se pode fazer e em quem confiar...
Os interesses ditando a evolução,
O sentimento não é o principal...
Regras e muita mediação,
Numa sociedade muito material...
Como beijar, como tocar, como abraçar ou acariciar,
Tudo estabelecido e bem explicado...
Como morder, como gemer, como bater sem machucar,
Aquele que é para sempre amado...
Descobrir de cada mulher os segredos,
Na índia é dever cultural...
Suas tendências, preferências e medos,
É importante, é essencial...
Lá a perfeita e completa união dependem do tamanho da vulva e do falo...
Existindo a mulher Gazela, Égua e Elefanta,
Existindo o homem Lebre, Touro, e o Cavalo...
O Ligan. e Yoni tem que ter compatibilidade,
Ou a satisfação não será a ideal...
Se a diferença for grande, a desigualdade,
Leva a um prazer menor, desigual...
Para o homem e mulher de cada tipo,
Existem as posições mais indicadas...
Muita técnica, fundamento e muito mito,
Para dar prazer a mulher amada...
Um completo manual,
De como o homem indiano deve se comportar...
Um doutrinamento mental,
De como se deve amar...
Pouco de sentimento,
Muito de paixão e atração...
A busca pelo melhor do momento,
Pelo prazer e a melhor sensação...
Não se deve concluir ou pensar,
Que seja um convite ao imoral ou escandaloso...
Apenas um texto milenar sobre como se comportar,
Num jogo de sedução amoroso...
A beleza considerada importante,
Como na maior parte das sociedades...
Não se admitindo o que for dissonante,
Dando valor a castas, mas não a castidade...
Mundos diferentes,
Outras formas de pensar...
Gente comum como a gente,
Devemos saber respeitar...
Sempre se tiram lições,
De outras regras de viver...
O que é comum em outras nações,
Conhecer e considerar são nosso dever...
Amor com amor se deve pagar,
É fazer por onde merecer...
Não existe o perder ou ganhar,
Se com amor soubermos viver...
Poesia inspirada no livro “O Kama Sutra – Regras do amor” Teologia Hindu, conforme Mallinaga de Vatsyayana 84ª edição , ano de 1965.