FIM DO DIA
 
No céu passam nuvens lentas,
longe vão, quem sabe aonde,
nem mesmo elas respondem:
ignoram onde é que moram
e, também, não têm querer.
Um apito corta os ares
se perdendo na distância.
Traz anúncios de chegadas,
traz anúncios de partidas.
Imagino ver sorrisos...
uma lágrima que cai
no rosto daquele que vem,
na face daquele que vai.
São imagens sem contorno,
meio apagadas, imprecisas,
prenunciando que a noite
se aproxima e já chega,
pujante de vida e beleza.
Noite cheia de incertezas,
noite das almas perdidas.