REAL
REAL
Teclando num piano
de aba adocicada
desce janela abaixo
decorando heras
teus cabelos belas
imagens gotículas
mensagens
de frutos bem vindos
sobre o chão que incomoda
pela sombra
que não vai embora
porque teu sol ofusca
ela busca o sol que namora
escondido
sua pele moldura de neve
inverno permitido
foi durante um
sim cantado soprano
que deixei cair minhas
amarguras
por um instante deslize
do tédio ante o mundo
que se vive
sou o empilhador de restos
indigestos sufocados
que “devo” ter por comida
de frases que me aquecem
por serem belas
descrevem a cena
no possível amado
sinônimo de juras
de um querer preso nela
enfeitam minha sandice
tola
ela percebe o louco
que seria
meu corpo de um rosto
nascido desfigurado
de toda beleza
indo ao mundo dos otários
de mãos dadas
seria um suicídio de flores
ter seu perfume
p’ro deslumbre
de um morto que vivo
aparenta estar...