SAMAEL
SAMAEL
O grande espírito vem desejar
Encarnus não tolera
as vistas oriundas
do nascimento coroado
com água de jarros
cristos-adornados
crescido nas mágoas
da perpétua tábua
de leis do infinito
sem alcançar
lançam mãos ao fraquejo
num brejo pobre
sem oxigênio
Encarnus quer dançar
amar por amar
um corpo leviano
que nada leve busca
matar oceanos nos olhos
mirando espelhos
pra ver o ego gozar
de entrega
cegas de pele
entre o vermelho brusco
veias saltadas abruptas
o dorso erguido
arrepio de rito indomado
onde quer chegar
nada barreiras em águas
nada pode aguentar
sua força
Encarnus quer a força
abrir-se ao falo
pra morrer profunda
ela desfruta dos óleos derramados
escorrendo pelos
lábios
doces parecendo viscoses mitras
de um cálice que jorra
Encarnus quebra correntes
de quem aceita
vingar-se dos anjos
e do passeio pelo
belo que não fala
de alma
quer a alma falando
do belo como espírito
tragam os mitos do sol
decadente
eu os desafio a findar
na terra
como mentem nos céus
“aqui o abismo tem cores
e os casulos estão todos secos”!