O melhor conto
Um dia, em algum lugar... onde o passado morreu...
Guardado e amarrotado está esse conto que nunca contei para salvar minha vida agônica.
Não é traduzível... Eu imagino... Eu ouso... e sonho tomar a lua indefesa e mansa e transformar em bolhas de canções, loucas e soltas... e explodir no ar!
Luarar teus pensamentos abastados de mim...
Lenhar teu mundo com pontas de estrelas num contido prazer de dois lábios... Sem palavras num único beijo
Subir os degraus da pirâmide da tua existência e lavar tuas feridas
Que não foram abertas por mim
Proposta indecente?... ou te pareces prudente?...
Dias e dias de angústias
Levam-me até um cidetismo doido
Como uma guerra idílica de botão presa num grande asteróide
Sem acasalamento... nada dói tanto...
Só lamentos castigam e fatigam minhas indecisas certezas
Nas manhãs azuis eu posso fazer geleia
E ver as luas de Júpiter à noite fugindo do diabo
Na transparência das tardes
Tudo se amorna apesar do seu frio toque
Sossego-me para ouvi o ganir impetuoso do ar
Brisando uma fina areia no meu rosto mal dormido e estremecido
Não sei se amo as estrelas mais que a ti
Porque nunca me deixaste esbanjar-me...
Buscar abrigo em teus movimentos... que tantas vezes me escusam
Meio equívoca meio esquiva
Quero estar vestida porém desnuda
Dormir contigo noites e noites... sem noites
Sem estilhaço, sem atalhos, sem crenças
Num desvão de fogo eterno entre nós
Na penumbra de um nevoeiro denso
Sequestrando minha laica inocência
Ao final... fecho meus olhos... algo acontece...
Porque nessa hora as estrelas dormem...
Elas não sabem explicar-se.