O melhor conto

Um dia, em algum lugar... onde o passado morreu...

Guardado e amarrotado está esse conto que nunca contei para salvar minha vida agônica.

Não é traduzível... Eu imagino... Eu ouso... e sonho tomar a lua indefesa e mansa e transformar em bolhas de canções, loucas e soltas... e explodir no ar!

Luarar teus pensamentos abastados de mim...

Lenhar teu mundo com pontas de estrelas num contido prazer de dois lábios... Sem palavras num único beijo

Subir os degraus da pirâmide da tua existência e lavar tuas feridas

Que não foram abertas por mim

Proposta indecente?... ou te pareces prudente?...

Dias e dias de angústias

Levam-me até um cidetismo doido

Como uma guerra idílica de botão presa num grande asteróide

Sem acasalamento... nada dói tanto...

Só lamentos castigam e fatigam minhas indecisas certezas

Nas manhãs azuis eu posso fazer geleia

E ver as luas de Júpiter à noite fugindo do diabo

Na transparência das tardes

Tudo se amorna apesar do seu frio toque

Sossego-me para ouvi o ganir impetuoso do ar

Brisando uma fina areia no meu rosto mal dormido e estremecido

Não sei se amo as estrelas mais que a ti

Porque nunca me deixaste esbanjar-me...

Buscar abrigo em teus movimentos... que tantas vezes me escusam

Meio equívoca meio esquiva

Quero estar vestida porém desnuda

Dormir contigo noites e noites... sem noites

Sem estilhaço, sem atalhos, sem crenças

Num desvão de fogo eterno entre nós

Na penumbra de um nevoeiro denso

Sequestrando minha laica inocência

Ao final... fecho meus olhos... algo acontece...

Porque nessa hora as estrelas dormem...

Elas não sabem explicar-se.

Gilda Freitas
Enviado por Gilda Freitas em 22/03/2016
Código do texto: T5581970
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.