Um singelo canto de dor

Foi-se de mim aquela que em mim luzia,

alçando asas para a luz do dia.

O sopro da vida se restringiu a esta

deixando apenas o vago som da orquestra.

Murmúrios de silêncio se levantaram

simplesmente para deixa-la passar

nos corredores frios do cinza

desnorteados pela escuridão do olhar.

E mais um dia se levanta sem ela.

O sol deleita em sua própria dor.

Porque levar uma luz tao divina,

que este mundo enchia de amor?

Que não mais falemos de flores murchas

pois agora hão de reviver.

A alma pura que volta à terra

é a própria Mãe que faz renascer.

Em homenagem a Natalícia Baracho.