INDIFERENÇA
INDIFERENÇA
Nas ruas caminham sozinhos, aqueles que perderam seus sonhos.
Calçadas são os seus ninhos, monturos de lixo suas camas.
A Madrugada chega sombria, gela os corpos imundos.
No submundo dos dias, sofrem sem ter alegria.
O Choro do infante inocente largado em vala nojenta
Enrolado em trapos escarlate, sem noção de amor materno.
Ouve-se o silêncio da indiferença de um coração mal e insensato,
De gente ser inteligente, mas que não sabe o que é afeto.
Nos olhos secos de lágrimas, a mãe que perdida vagueia.
De seu único filho desprezada a solidão é sua companheira
A fome na casa de taipa, meninos comendo areia.
Sentados em cacos de telhas esperam a morte sorrateira
Diante do corpo jogado, ferido cruel assaltado.
Muitos que olham altaneiro seguem seus passos ligeiros
A dor que o outro sente, não dói no coração farto.
Impossível doar amor quem não tem luz na alma
É triste o descaso humano, a fúria, o ódio a luxuria.
O desperdício da obra divina, onde rindo o inimigo esmaga.
Nega-se a ordem de Cristo para amar o semelhante.
O irmão para muitos não existe, o Eu é quem persiste.
Triste o mundo caído, carente de Deus Salvador.
O único justo e potente que tira o homem da Dor
Sara as feridas, transforma-o e cura a sua dor.
Perdoa e dá vida nova, reveste-o com seu Amor.