PERMISSA

PERMISSA

Eram luzes tão altas

só podiam dançar

no teto entre os lustres

deixando sombra

sentada sobre meu colo

que polo delicado tocado

por mais de cem vozes

mudas

elas tinham um doce nas mãos

quero provar toda porção

jogada quando da entrada

desmaiaram o guarda

você não vem pra dentro

nunca

está tão perto do inferno

eu sinto teu gosto

nestas palavras estranhas

minhas entranhas vestidas

corrompem-se irrompem-se

descubra o abuso

de vencer seu tédio

somente depois de todos

irem embora

precisa aquecer

nosso corpo desta verdade

que esconde por baixo

da farda

precisa dizer pra sua amada

o quanto de amor

tem de sobra

pode esconder o corpo

sobre esta farda

de nada adianta

o nome pomposo

do cerne macio rugoso

faz um pedido diferente

quer-me a frente

provando teu ataque surpresa

desobedeça os adereços

da mesmice adorando

tudo que é

fascinante doravante

um caso apenas

insinua prender-me feroz

na voz aguda

seminua dá para ver

“o animal intocado

vivendo selvagem

na jaula do homens”