Versos da Prancha

Versos da prancha

O sol pulsa a minha frente,

e a areia úmida me encoraja a te reverenciar,

sinto-me beijado por tua salgada força,

e num instante me vejo a correr em pulos,

como se estivesse numa corrida de obstáculos,

e deslizo sobre a tua macia superfície,

ao passo que movimento os meus braços,

para frente e para trás,

tendo o impulso necessário para ir bem perto de ti...

A minha frente só o infinito azul,

manchado por tons alaranjados,

e que compõem a mais bela aquarela...

Naquele instante sou amigo dos peixes,

e me sinto parte deste imenso azul...

Tu me desafias,

e eu te enfrento,

ou melhor tento te conquistar...

Em segundos estamos eu e você,

como se fossemos um só elemento,

eu deslizando sobre o teu corpo,

e tu me expondo as suas curvas,

que se modificam num intenso dançar...

Neste instante, homem e natureza se confundem,

e celebram a comunhão harmônica,

a divina proporção entre a força e a sutileza...

E novamente tu me conduzes,

ao inicio de tudo,

brindando-me com o que há de mais belo,

amor e liberdade...

E nesse instante nós comungamos,

e celebramos com o mundo,

o mar,

que com seus sussurros nos atrai,

para mais um instante de eternidade...