Invisível 
 
Aos meus olhos, peço que não me olhem,
Pois sou como o andarilho sem cidadania,
Como um fantasma social sujo, sem trilho,
Sou como o papel que brinca na ventania.
 
Livre de mim e do cordão umbilical, vadio,
Como um cataclisma imprevisto e corsário,
Pois, de assalto, tomo o meu coma vazio,
Sou como a apólice do sinistro no armário.
 
Aos meus olhos, peço que não me olhem, 
Pois sou a ação com a cotação em baixa,
Sou como o raio que trombeteou o trovão,
Invisível, sou o ar entre os cantos da caixa.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 18/03/2016
Reeditado em 22/05/2016
Código do texto: T5577872
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