A TEXTURA DO JOGO
A TEXTURA DO JOGO
Calado secreto
sem dizer nada
nenhuma palavra
nenhum verso
nem o verso dos outros
na porta batendo
com força
olhava o mínimo
do possível que via
pela lateral da janela
aberta
que falava sozinha
da rua
dizia sobre passos
caminhos adversos
que alguém fazia
quando passava
sobre o sol brilhando
tão quente num verão
de morte
num inverno perdido
de um ilhote crescendo
no topo do prédio a frente
sem mãe
que o destino da noite
vem buscar a solidão
e as batidas na porta
são ainda mais fortes
querem acordar
quem nunca dormiu
querem dizer suas verdades
sobre a idade
que sonham crescer
que cresceram pela idade
que conta nas peles
rugadas do tempo
contado pelos antigos
pelos amigos
sobre um fim
d’um começo provável
ele era amável
também rebelde
porque bebe desde a infância
num catre de malícia
sobre a estética
que vencida pelo amargo
gosto descoberto
presume que o secreto
foi-lhe enviado
como presente por compaixão
dirão tivemos coração
pra poder sorrir
com verdade
se acaso quiseres ir sozinho
saberá que fomos
construtores do ninho
a toda volta
no intimo do pouco
nenhum louco
acreditará nas suas coisas ditas
as nossas fitas contém
cinemas educados
sabemos das químicas
que podem formular o embaraço
e o cansaço até o estilhaço
da mente confusa
a frente já existe alguns anos
combinados
deixamos alguns nós amarrados
somos falsos!