PRIMAVERA NOTURNA
Sonhos,
molhados pelo sereno
em madrugadas de insônia.
Passadas ao relento,
de envolventes momentos,
caminhando entre as begônias,
acariciado por um vento ameno.
É a primavera à luz do luar.
Por que ela deve ser ensolarada?
Acaso a lua prateada,
não passeia em meio às flores?
Olhando enciumada,
para a jovem enamorada,
pretendendo se casar?
Em vez das borboletas,
as libélulas noturnas,
Fazendo seu bailado, soturnas
Quase todas elas são pretas.
Entretanto tem os pirilampos,
belos e iluminados
E o canto dos sapos
nos riachos e banhados.
Um pouco desafinados.
E as mariposas, que a luz
atrai e as seduz.
É a primavera noturna,
talvez um pouco taciturna,
porém, não menos bela.
Só que não olhamos para ela,
com olhos de primavera,
pois a preferimos com sol,
que é o grande farol,
e transforma tudo quimera.