Alinhando almas
Águida Hettwer
 
No remanso das madrugadas divagando, sobre a mesa papel timbrado,
Garimpando tesouros escondidos, paredes de enigmas a decifrar,
O amor se revela, no poema sombreado,
Perco-me bailando em emoções alheias que dilaceram a alma ao vislumbrar.
 
Diante da lágrima de cristal, sendo derramada,
As palavras se calam, dando lugar ao silêncio esmaecido,
Despindo a alma sob o véu translúcido da magia articulada,
Sou terra, água e fogo, elemento em pó desfalecido.
 
Relutâncias contra o tempo, frases estarrecidas na memória,
Perfume que extasia os sentidos, doces lembranças,
No verso que abraça o tema, paixões que alojam no peito em euforia.
 
Sonhos que por lá passaram, a rima que conta história,
Cantigas de amantes, palavras de dialeto único,
Desvendando segredos, no alinhamento perfeito do olhar.
 
 
 
09.07.2007