Por que dizem que escrevo poesia

Se o que faço é poesia,

então, permita-me esclarecer:

Faço-a para espíritos livres

Espíritos sem asas, sem penas,

apenas espíritos

Porque as penas podem molhar

E o peso do meu corpo encharcado

me levará ao abismo. E já ao solo,

meu corpo sem vida nada será,

senão um amontoado de carne e ossos

e sonhos mortos, sem lembrança do ontem

e sem esperança no amanhã.