PÉS DESCALÇOS EM SAPATOS MOLHADOS
Foram mal calculados os nossos
anseios,
Por isso ficamos molhados
e mal pude deitar-me naqueles
seios.
Estavam molhados junto com o meu
peito
Que queria tanto fazer daquela
rapariga o meu leito.
Ah! Molhados de chuva...
Porém, secos de prazer
Por juntos andarmos e nada dizer
e nada fazer...
Estava a arder de desejo
e não chovia nenhum beijo.
Algures pela cidade
Outrora Lourenço Marques
A vontade e a ansiedade
Quase me levava a certos ataques.
Chovia...
E não é poesia...
Tanto queria!
Beijar de baixo da chuva, mania!
Que é só minha...
Ah! Chovia e eu descalço em sapatos.
Não molhavamos, éramos como um
casal de patos(risos)
Ela em sabrinas que não as tinha.
Ah! Se pudesse as ter!
Poderia as ler...
Me beijaria...
Sem saber se eu queria...
Mauro José da Silva ( Poet'escreveta)