Descolonização 
 
Descolonizo meus versos obedientes,
A prisão da voz que foi bem ensinada,
Sonorizando o permitido entre dentes.
 
Amontoando panos sujos de injustiça,
Acovardei sempre que adocei verbos,
Ceguei olhos, escondi a mão mestiça.
 
Exercia meu delírio, fugas em delitos,
Ocultas cavernas de sombras sociais,
Escrevia na pele os poemas malditos.
 
Na vingança silenciosa eu envenenei,
Decapitei fantasmas em cada página,
A convenção do racional eu reneguei.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 10/03/2016
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5570026
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