PELO CELULAR

Toca o celular e na tela aparece
teu rosto.
Endorfinas e hormönios respondem:
oi, amor, te amo.
Perco o controle.
Parte de mim me desconhece.
Não sou agosto.
Primavera, pois e reclamo
das tardes que se escondem.
Não quero a pole,
nem o último instante.
Te quero aqui,
agora, como se fosse ontem,
do jeito que combinamos
num estacionamento qualquer
da cidade hoje distante.
De ti em mim e eu em ti.
Da lembrança de nos pertencermos
em desejos e ânimos,
na expectativa de quando der.