SOMBRAS - CAIS

Sombras tímidas e assustadas

Refletem na noite sem luar

Desfilam por essas quebradas

Ocultas na penumbra a vagar

Esperam quem sabe a esperança

Talvez a volta de um amor

Buscam onde a vista alcança

Conforto para cada dor

Molhadas pela garoa fina

Escorregando pela face

Tristeza que não termina

No aguardo de quem as abrace

Apenas fingissem as amasse

Em momentânea ilusão

As solidões lhes apagasse

Breve aquecer ao coração

Zanzando, a fio, todos os dias

Invisíveis à falta de maior atenção

Dores perpétuas de vidas vazias

Passos lentos, infinita procissão

Seguem ao sol morrendo de frio

Imaginam-se à beira do cais

Esperando ancorar um navio

Que lhes trouxesse a paz

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 10/03/2016
Código do texto: T5569525
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