A CANÇÃO PERDIDA

Hoje o cantar não mais ensina

Não emociona, nem suaviza

Não choca, nem sensibiliza

Não faz destinos, nem muda sina

Onde ficou presa a delicadeza?

A grande sutileza do grito

O mero encantar aflito

Que invadia as frias profundezas

Onde ficou o canto da emoção

O toque do arrepio inevitável

O som do silêncio lacrimável

Em qual fronteira ficou a criação?

E a alma da musica onde ficou?

O fremir metafórico da rima

O sentimento em sitonia fina

E a ilusão o verdadeiro nome do amor?